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Autismo não verbal: como intervir buscando a evolução?

Descubra o que é o autismo não verbal e de que forma intervir, a fim de buscar a evolução comunicativa da pessoa com autismo.

O QUE É AUTISMO NÃO VERBAL?

Antes de mais nada, algumas pessoas associam o autismo não verbal a indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) que não falam espontaneamente utilizando palavras ou frases.

Em contrapartida, algumas pessoas consideram que no autismo não verbal, o autista consegue falar em algumas ocasiões, mas em outras ele não consegue.

Por isso, quando se é diagnosticado o autismo não verbal, não significa que a criança não se comunica ou não compreende a linguagem. Isso porque a linguagem envolve muitos outros aspectos além da fala.

Dessa maneira, a linguagem diz respeito a como uma pessoa se comunica, e a comunicação pode ocorrer por meio de gestos, imagens, escrita, entre outras formas.

Além disso, alguns autistas não verbais conseguem escrever e se comunicar por outros meios que não envolvem a fala, por exemplo, utilizando digitação, dispositivos especiais de comunicação ou a comunicação alternativa ampliada.

Do mesmo modo, não é verdadeira a afirmação de que o autista não verbal não entende a fala porque não consegue dialogar através dela.

QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS SINTOMAS DO AUTISMO NÃO VERBAL?

  1. Quando um diálogo inicia-se, e a pessoa não interage ou não demonstra interesse;
  2. A pessoa tem dificuldade para se comunicar por meio de expressões faciais, gestos e linguagem corporal;
  3. A pessoa parece sempre neutra nos diferentes contextos, demonstrando pouca variação em suas expressões;
  4. Podem não compreender adequadamente ironias, metáforas, expressões verbais, gírias e piadas, pois interpreta tudo de forma literal;
  5. Os comportamentos sociais não são compreendidos e utilizados pela pessoa;
  6. Frases mais longas podem ser difíceis de serem compreendidas;
  7. Ao ser chamada pelo nome, a pessoa pode não demonstrar reação;
  8. A comunicação verbal é um desafio para essa pessoa – ela pode ter dificuldade ou realmente não conseguir se comunicar por meio da fala.

O AUTISTA NÃO VERBAL PODE FALAR?

Certamente, esse vídeo também pode te ajudar:

Uma pessoa com autismo não verbal não significa que ela seja incapaz de falar, mas sim que ela não consegue manter uma comunicação por meio da fala, ou seja, emitindo sons.

Todavia, alguns autistas não verbais conseguem desenvolver meios de se comunicar e usar a linguagem através da escrita, gestos, imagens ou por meio da tecnologia com aplicativos e outros recursos eletrônicos.

MAS COMO ACONTECE?

Por exemplo, o Transtorno do Espectro Autista se trata de uma condição complexa e o seu diagnóstico envolve uma investigação multidisciplinar.


Não há ainda um consenso sobre as causas do autismo, apesar de a Ciência já ter avançado muito em busca de respostas. Ou seja, existem alguns fatores potenciais que podem estar associados ao seu desenvolvimento, dentre eles:

  • Histórico familiar: existem indícios que levam à conclusão de que fatores genéticos podem aumentar as chances de autismo. Nesse contexto, uma pessoa tem maior probabilidade de ser autista caso tenha um familiar próximo com TEA;
  • Distúrbios genéticos e cromossômicos: distúrbios genéticos ou de desenvolvimento, como esclerose tuberosa e síndrome do X frágil, aumentam a probabilidade de autismo;
  • Desenvolvimento durante a gravidez e na infância: a exposição a certos medicamentos durante a gestação pode aumentar a chance de autismo.

QUAL PROFISSIONAL DEVO PROCURAR?


Primordialmente, os profissionais mais indicados para investigar a hipótese diagnóstica do autismo são o neurologista e o psiquiatra.

Além disso, é recomendado que esse diagnóstico seja realizado a partir de uma avaliação multidisciplinar (como neuropsicólogo, fonoaudiólogo e psicopedagogo).

O tratamento para o autismo deve ser multidisciplinar, pensado estrategicamente pela equipe, que também envolve médicos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogos, pedagogos e professores.

QUAL TIPO DE INTERVENÇÃO DEVE SER USADA?


Eventualmente, crianças autistas com atraso na fala conseguem desenvolver algumas habilidades de se comunicar por meio da linguagem falada. Porém, algumas não conseguem desenvolver mais do que poucas palavras.


Apesar disso, a procura por profissionais qualificados deve ser feita pelos responsáveis. Nesse sentido, a intervenção deve ser iniciada o mais precocemente possível.

Contudo, ainda que o tratamento seja implementado de forma tardia, ainda assim é válido.


Principais intervenções:

  • Terapia: atualmente já existe uma variedade considerável de terapias comportamentais com o intuito de promover melhorias para os autistas. Dentre elas, fonoaudiologia, terapia ocupacional e outras intervenções semelhantes podem auxiliar na evolução do pequeno com TEA.
  • Psicoterapia: a psicoterapia é importante para todos, principalmente para pessoas com TEA, pois as ajuda a lidar com seu diagnóstico e possíveis sintomas, como a ansiedade. Além disso, a terapia familiar é uma ótima alternativa para auxiliar a família em lidar com o indivíduo.
  • Acomodações: pessoas autistas podem precisar de certas acomodações no trabalho ou na escola.
  • Medicação: em alguns casos, dependendo das condições da pessoa com TEA e da avaliação médica especializada, medicações podem ser indicadas. Entretanto, elas só servem para ajudar com alguns sintomas que podem surgir em decorrência do autismo, pois, até o momento, não existe nenhum medicamento para tratar todos os sintomas.
Somado a isso, existem muitas estratégias e técnicas para estimular e melhorar a linguagem dos pequenos com TEA não verbal:

●PECS (Sistema de Comunicação por Troca de Imagens);
●Comunicação alternativa ampliada
●Terapia ABA
●Intervenções comportamentais;

●Terapia de fala;
●Ludoterapia;
●Musicoterapia.

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REFERÊNCIAS

POSAR, A.; VISCONTI, P. Update about “minimally verbal” children with autism spectrum disorder. Revista Paulista de Pediatria, v. 40, 2022. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rpp/a/Gqx67VnGrJSXXb8npzKTVWc/?format=html&lang=pt. Acesso em: 11 dez. 2022.

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